O grupo do Pastor Everaldo, o presidente do PSC que é apontado como um dos líderes da organização criminosa que desviava recursos do Rio, teria usado um funcionário da Assembleia de Deus como sócio laranja de empresas que firmaram contratos suspeitos com o Estado.
O PSC é o partido do governador do Rio, Wilson Witzel, afastado do cargo por determinação do Superior Tribunal de Justiça. A mesma decisão determinou a prisão do Pastor Everaldo.
Segundo informações que deram base à decisão judicial, o operador financeiro do grupo do Pastor Everaldo, Edson Torres, repassou empresas que estavam em nomes de seus filhos para um funcionário da igreja Assembleia de Deus. Essas firmas eram contratadas pelo governo do Rio para prestação de serviços diversos, sem licitação.
Marcelo Nascimento de Andrade, o funcionário da Assembleia, é também genro de Edson Torres, o homem que, segundo os investigadores, era operador financeiro do Pastor Everaldo.
De acordo com as apurações, Torres recebia "15% do caixa formado pelos recursos ilícitos angariados pelas atividades da organização criminosa" de Everaldo.
As empresas que foram repassadas para o nome de Marcelo prestavam serviços à Secretaria de Saúde. Uma parte das atividades desse grupo foi delatada ao Ministério Público Federal pelo ex-secretário da área, Edmar Santos.
Santos é considerado uma peça-chave nas investigações. Ele disse ao Ministério Público Federal, segundo peça enviada ao Judiciário, que foi indicado para a Secretaria de Saúde por aliados de Everaldo.
Auxílio emergencial
As apurações indicam também que parentes do Pastor Everaldo integravam o esquema de desvio de dinheiro dos cofres do Rio.
Segundo informações prestadas ao Superior Tribunal de Justiça, o irmão de Everaldo, Marcos Pereira, controla a Nova Esperança, empresa contratada sem licitação para prestar serviços ao pronto-socorro do Complexo Penitenciário de Bangu.
"Seguindo a mesma estratégia que os demais integrantes de núcleo criminoso, a NOVA ESPERANÇA também é formalmente administrada por uma 'laranja': Cláudia Marta Pessanha de Souza, cuja renda é tão baixa que requereu e está recebendo o auxílio emergencial no período de quarentena em razão da Covid-19", diz trecho de documento enviado ao STJ.
Cláudia, até o ano de 2008, tinha renda mensal média de R$ 500.
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